O fundo imobiliário RBVA11, gerido pela Rio Bravo, divulgou um fato relevante informando que o Banco Santander notificou a rescisão antecipada de quatro contratos de locação. Os imóveis serão desocupados em junho de 2025, mas a gestão afirma que não haverá impacto imediato nos rendimentos do fundo.
Quais são os imóveis impactados?
Os quatro imóveis que serão devolvidos pelo Santander estão localizados em diferentes regiões do Brasil:
- Candelária – Rua Buenos Aires, 48, Rio de Janeiro/RJ
- Santo André – Rua Senador Flaquer, 305, Santo André/SP
- Ouvidor – Av. Rio Branco, 115, Rio de Janeiro/RJ
- Santos – Praça Visconde de Mauá, 20, Santos/SP
Além desses, o Santander já desocupou outros três imóveis anteriormente, totalizando sete unidades que deixarão de compor a carteira locatícia do fundo.
Impacto nos rendimentos do fundo
A gestora esclareceu que a rescisão dos contratos não afetará os rendimentos do fundo até o primeiro semestre de 2025, uma vez que os contratos seguem vigentes até junho. No entanto, a partir do segundo semestre, o impacto esperado é de R$ 0,06 por cota, podendo aumentar para R$ 0,07 por cota em 2027 com a finalização de outros contratos.
Por outro lado, o fundo também destaca um potencial upside com a recolocação dos imóveis atualmente vagos, que poderia gerar uma receita adicional de R$ 0,06 por cota. Segundo a gestora, R$ 0,04 desse valor poderiam ser absorvidos no curto prazo, dada a liquidez desses ativos.
Gestão aposta na relocação rápida dos ativos
A Rio Bravo destaca que possui experiência no reposicionamento de imóveis anteriormente ocupados por bancos e já iniciou a prospecção de novos locatários. Em casos anteriores, imóveis desocupados por agências bancárias foram locados para segmentos como supermercados, academias e construtoras.
Um exemplo de sucesso mencionado pela gestora é o imóvel de Belo Horizonte, onde a locação foi fechada com o Supernosso, garantindo a continuidade da receita sem que o ativo ficasse vago por um único dia.
A adaptação do RBVA11 ao novo mercado
O RBVA11 é um fundo imobiliário do segmento de varejo que, no passado, tinha grande exposição a agências bancárias. Com a migração dos serviços financeiros para o digital e a consequente redução do número de agências físicas, o fundo teve que se reinventar. Atualmente, ele possui mais de 70 imóveis e 16 inquilinos diferentes, além de 63 mil cotistas.
Mesmo com essas mudanças, o fundo ainda é negociado muito abaixo do seu valor patrimonial no mercado secundário, refletindo as incertezas sobre a capacidade de relocação dos ativos desocupados.
Em 2024, o RBVA11 registrou um resultado acumulado de R$ 127,9 milhões, reforçando sua solidez financeira para atravessar esse período de transição.
O que esperar do RBVA11 daqui para frente?
Com a saída gradual do Santander, o desafio da gestora será realocar os imóveis rapidamente para minimizar o impacto nos rendimentos. A projeção é de um resultado recorrente de R$ 0,74 por cota no segundo semestre de 2025, mas com potencial de crescimento caso os imóveis vagos sejam locados com sucesso.
Investidores que acompanham o RBVA11 devem ficar atentos à estratégia da Rio Bravo para reposicionar os ativos e gerar novas receitas. O mercado imobiliário segue desafiador, mas o fundo tem mostrado capacidade de adaptação ao longo do tempo.