O fundo de papel VCJR11 divulgou seu relatório gerencial referente ao mês de março de 2025, trazendo uma série de atualizações relevantes que podem atrair a atenção tanto de cotistas já posicionados quanto de investidores em busca de oportunidades no mercado de fundos imobiliários. Dentre os destaques, está a elevação no valor do dividendo, o fim da alavancagem do fundo, e uma carteira de CRIs com retorno bruto competitivo frente a ativos de renda fixa como a NTN-B de 2028.
Novo dividendo é o maior dos últimos meses
O fundo irá distribuir R$ 1,10 por cota, com pagamento agendado para o dia 11 de abril de 2025. Esse valor representa uma alta em relação aos rendimentos dos últimos três meses, que estavam estabilizados em R$ 0,95 por cota. O novo patamar significa um aumento de mais de 15% no rendimento mensal, beneficiando diretamente os cotistas.
Com base no valor de fechamento das cotas em março, esse dividendo representa um Dividend Yield (DY) mensal de 1,30%, o que equivale a impressionantes 15,62% ao ano (líquido de imposto de renda para pessoas físicas). Esse percentual supera com folga o CDI do período, oferecendo um retorno líquido de 135% do CDI, algo bastante competitivo no cenário atual.
Proteção contra inflação e spread atrativo frente à NTN-B
O VCJR11 é um fundo majoritariamente indexado ao IPCA, oferecendo assim uma proteção patrimonial importante contra a inflação. Os repasses inflacionários são feitos com uma defasagem de cerca de dois meses — o que explica o reajuste atual, baseado na inflação de janeiro, que foi de 0,16%.
No fechamento de março, a taxa média da carteira do fundo superava em 2,99% ao ano o retorno da NTN-B com vencimento em agosto de 2028, que está atualmente cotada a IPCA + 8,09% a.a. Com uma duration média de 3,5 anos, o fundo se posiciona estrategicamente como uma alternativa de renda passiva com bom risco-retorno para quem busca preservar o poder de compra ao longo do tempo.
Cota com deságio gera oportunidade no mercado secundário
Outro dado de destaque é o deságio observado na cota de mercado em relação ao valor patrimonial. Em março, a diferença chegou a 8,83%, o que significa que investidores que compram cotas no mercado secundário estão, na prática, adquirindo uma carteira que remunera o equivalente a IPCA + 13,95% a.a., ou B-28 + 5,42% a.a..
Essa assimetria pode representar uma janela de oportunidade para quem deseja entrar no fundo a um preço mais atrativo, com expectativa de retorno elevado. O relatório ainda inclui uma análise de sensibilidade, ilustrando como diferentes preços de cota impactam os retornos brutos do portfólio.
Fim da alavancagem e carteira 100% alocada
Ao final de março, o VCJR11 zerou sua alavancagem e passou a contar com 100% do patrimônio líquido alocado. Desse montante, 99,1% está investido em Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI) e cotas de outros FIIs.
A carteira é composta por 39 CRIs, sendo que a maioria está indexada ao IPCA e apenas quatro ao CDI. Essa característica reforça o papel do fundo como instrumento de proteção inflacionária no longo prazo.
A qualidade da carteira também chama atenção: 92% dos CRIs contam com o voto majoritário do fundo nas assembleias, o que representa R$ 1,23 bilhão em ativos e 90% do patrimônio líquido total. Essa estrutura permite à gestora manter maior controle sobre os ativos, mitigando riscos e garantindo mais segurança aos cotistas.
Forte concentração em São Paulo e diversificação setorial
O relatório mostra que 77% das garantias dos CRIs estão concentradas no estado de São Paulo, reforçando a solidez dos lastros imobiliários envolvidos. A região é vista com bons olhos pelo mercado, por contar com dinamismo econômico e liquidez imobiliária.
Em termos de segmentação, o portfólio do VCJR11 apresenta uma diversificação interessante, incluindo os seguintes setores:
- Multifamily (21,9%)
- Corporativo (13,4%)
- Residencial (10,5%)
- Hotel (10,4%)
- Energia (9,5%)
- Mall (9,4%)
- Concessão (8,8%)
- Pulverizado (6,0%)
- Comercial (5,2%)
- Loteamento (2,0%)
- FII (1,5%)
- Outros (1,2%)
- Home Equity (0,2%)
Essa composição mostra uma aposta significativa em imóveis residenciais e corporativos, mas também abre espaço para nichos como hotelaria, energia e shoppings, o que pode ajudar na estabilidade de retornos ao longo do tempo.
Negociação aquecida no mercado secundário
Durante o mês de março de 2025, o fundo registrou um volume de negociação de R$ 27 milhões na B3, com 326.037 cotas negociadas. A média diária foi de R$ 1,3 milhão, indicando boa liquidez e interesse contínuo dos investidores.
Lucro cresce pelo segundo mês consecutivo
O lucro líquido do fundo também teve evolução positiva nos últimos dois meses: foi de R$ 13,69 milhões em fevereiro e subiu para R$ 14,78 milhões em março, sinalizando que a carteira continua gerando valor mesmo em um ambiente econômico desafiador.
Considerações finais
Com mais de 30 mil cotistas e uma estratégia focada em originação e estruturação proprietária de CRIs, o VCJR11 segue mostrando robustez, disciplina na gestão e uma carteira alinhada ao propósito de proteger o patrimônio dos investidores frente à inflação.
Além disso, o fundo mantém presença ativa em redes sociais como Instagram, LinkedIn, YouTube e Spotify, onde divulga análises, perspectivas de mercado e oportunidades de investimento.
Para quem busca um fundo de papel com bom histórico de pagamentos, estratégia sólida e rendimentos acima da média do setor, o VCJR11 continua sendo um nome a acompanhar de perto.