O Fundo de Investimento Imobiliário Hospital Unimed Campina Grande (HUCG11), focado no setor hospitalar e um dos poucos FIIs dedicados a esse segmento no mercado brasileiro, divulgou um fato relevante nesta semana abordando os problemas relacionados à entrega da obra de um de seus ativos. A construtora responsável não cumpriu o prazo de entrega previamente estipulado, gerando impactos tanto para o fundo quanto para seus cotistas.
A administradora do fundo, Coinvalores Corretora de Câmbio e Valores Mobiliários, já tomou medidas para proteger os direitos do HUCG11, incluindo a notificação da seguradora sobre a possibilidade de sinistro e o acompanhamento rigoroso da situação pela equipe jurídica e gestora.
Situação atual da obra e atraso no cronograma
De acordo com o comunicado, o prazo para conclusão da obra inicialmente estipulado era 30 de novembro de 2024, mas não foi cumprido pela construtora. O fundo, junto à Unimed, não aceitou o novo cronograma apresentado pela construtora, que previa a conclusão das atividades apenas até 31 de janeiro de 2025. Mesmo após essa nova data, a obra permanece inacabada, com 98,58% de progresso físico conforme a medição realizada em 27 de janeiro de 2025.
Dois aspectos cruciais relacionados à obra avançaram parcialmente:
- O AVCB (Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros) foi aprovado em 23 de dezembro de 2024.
- As vistorias para obtenção do Habite-se foram realizadas, mas ainda dependem da manifestação final da prefeitura.
Apesar da evolução, a construtora sinalizou que algumas pendências ainda precisarão ser resolvidas ao longo de fevereiro de 2025, prolongando a incerteza quanto à conclusão definitiva da obra.
Medidas tomadas pelo fundo
Frente aos atrasos e à insatisfação com o cronograma apresentado, o HUCG11 adotou ações importantes:
- Notificação formal da construtora sobre o descumprimento do contrato.
- Comunicação à seguradora para iniciar o processo de regulação do sinistro, como forma de resguardar os direitos do fundo e mitigar eventuais prejuízos aos cotistas.
- Solicitação de um relatório detalhado à construtora, identificando todas as pendências ainda existentes e estipulando um novo prazo definitivo para conclusão.
A administradora reiterou que, apesar dos atrasos, a construtora continua trabalhando na finalização da obra e demonstrou compromisso em entregar o imóvel o mais rápido possível.
O impacto para o HUCG11
O atraso na entrega da obra pode gerar uma série de consequências para o HUCG11, desde o adiamento da receita esperada com o ativo até o aumento de custos relacionados ao acompanhamento e à finalização do projeto. Além disso, a situação compromete temporariamente a confiança dos investidores, especialmente considerando que o fundo possui uma base de pouco mais de 200 cotistas e opera em um segmento altamente nichado.
A expectativa de sinistro acionada pelo fundo junto à seguradora surge como uma medida necessária para mitigar possíveis prejuízos e garantir a preservação do capital dos investidores.
Desafios e perspectivas do HUCG11
Como um fundo imobiliário voltado ao setor hospitalar, o HUCG11 tem como diferencial investir em imóveis essenciais para a infraestrutura de saúde, um segmento que, apesar de promissor, exige planejamento e execução impecáveis. O atraso na entrega da obra coloca em evidência os desafios enfrentados por FIIs nesse nicho, que muitas vezes dependem de cronogramas rígidos e regulamentações complexas para operar de forma eficiente.
Ainda assim, o progresso de 98,58% na obra sugere que a conclusão está próxima, o que pode trazer alívio aos investidores. Quando finalizado, o novo ativo tem o potencial de gerar receitas estáveis e fortalecer a posição do fundo no mercado. Além disso, a conclusão do processo de Habite-se e a entrega do imóvel devem marcar um ponto de virada para o HUCG11, permitindo que ele cumpra seus objetivos de longo prazo.
Características do HUCG11
O HUCG11 é um fundo imobiliário voltado exclusivamente ao setor hospitalar, o que o torna uma raridade no mercado de FIIs. Atualmente, o fundo conta com apenas um ativo concluído e outro em fase de construção. Sua base de cotistas é pequena, com pouco mais de 200 investidores, refletindo o caráter nichado e especializado de sua atuação.
A conclusão do novo imóvel representa uma oportunidade significativa de expansão e consolidação no segmento hospitalar, aumentando a atratividade do fundo para futuros investidores e consolidando sua posição em um mercado com alta demanda por infraestrutura de saúde.
Conclusão
O HUCG11 enfrenta um momento de incerteza com o atraso na entrega da obra de seu ativo em construção, mas a postura proativa da administradora e a proximidade da conclusão sugerem que o fundo está empenhado em minimizar os impactos dessa situação. Com a finalização da obra, o HUCG11 poderá oferecer aos cotistas a perspectiva de um fluxo de receita mais robusto e estável, consolidando sua presença no mercado de FIIs voltados ao setor hospitalar.
A conclusão bem-sucedida desse projeto será fundamental para o futuro do fundo, reforçando sua capacidade de superar desafios e gerar valor em um segmento estratégico e em crescimento no Brasil.