O KNCR11, um dos maiores fundos imobiliários do Brasil, que possui uma carteira de ativos indexados principalmente ao CDI, pode passar por um ajuste nos seus dividendos caso a taxa Selic continue subindo. Atualmente em 12,25% ao ano, a Selic está projetada para atingir entre 15% e 15,75% ao ano nos próximos meses, e esse cenário de alta de juros pode refletir diretamente na rentabilidade do fundo.
Como a Selic afeta o KNCR11?
Com 90,1% de sua carteira indexada ao CDI, o KNCR11 está fortemente atrelado à variação dessa taxa. Isso significa que, ao longo do tempo, os ativos ligados ao CDI, como os Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs), poderão ter sua rentabilidade ajustada conforme as mudanças na taxa básica de juros do Brasil. O CDI, por sua vez, segue a Selic, ou seja, a expectativa de um aumento na taxa de juros tem impacto direto na rentabilidade futura dos papéis do fundo.
O que significa para os dividendos?
Atualmente, o KNCR11 paga dividendos atrativos com uma taxa média de CDI + 2,36% a.a.. Se a Selic aumentar para 15,75%, o CDI também deverá subir, o que pode levar a rendimentos maiores para os cotistas, dado que o fundo está majoritariamente exposto a ativos atrelados ao CDI.
No entanto, também é importante destacar que uma elevação nos juros pode ter implicações sobre a valorização dos ativos. Com o aumento das taxas de juros, pode haver uma desvalorização dos CRIs e outros papéis atrelados ao CDI, uma vez que os investidores podem exigir maior retorno para compensar o risco de crédito, o que impacta a avaliação desses ativos.
Além disso, se a alta da Selic resultar em uma desaceleração econômica ou aumento na inadimplência, o fundo pode enfrentar dificuldades de recuperação dos seus recebíveis, o que afetaria sua capacidade de gerar renda para os cotistas.
Perspectivas para os dividendos
Atualmente, o fundo distribui R$ 22,84 milhões em dividendos, com uma cota patrimonial de R$ 101,55 e uma cota de mercado de R$ 102,99 (em 31/12/24). Caso a Selic suba para 15,75% e o CDI acompanhe esse movimento, é possível que o fundo aumente os dividendos pagos aos cotistas, desde que a qualidade dos ativos seja mantida e o fundo continue com uma boa performance.
Entretanto, esse cenário também dependerá da capacidade do KNCR11 em manter a qualidade dos seus ativos e ajustar sua carteira conforme o ambiente econômico. A alocação do fundo em 51% em escritórios, 21,1% em shoppings, 10,1% em residencial, 8,6% em logístico e 6,7% em residencial pulverizado também influencia diretamente os impactos de uma possível alta da Selic. Setores mais sensíveis ao aumento dos juros, como escritórios e shoppings, podem enfrentar maiores desafios, enquanto setores como logística podem se beneficiar de uma maior busca por espaço para e-commerce.
Conclusão
Se a Selic continuar a subir, o KNCR11 pode experimentar uma elevação nos dividendos com base no aumento do CDI. Contudo, os investidores devem estar atentos ao risco de desvalorização dos ativos e outros desafios econômicos que possam surgir, especialmente nos setores mais impactados pela alta de juros. Para aqueles que já investem no fundo, é importante acompanhar de perto os relatórios trimestrais e a evolução do mercado imobiliário e de crédito.