O fundo imobiliário VISC11, um dos maiores FIIs de shopping centers da B3, divulgou seu mais recente relatório gerencial, trazendo dados que reforçam sua posição sólida no mercado. Com uma taxa de ocupação no maior patamar desde fevereiro de 2020 e um resultado acumulado não distribuído significativo, o fundo segue demonstrando resiliência e crescimento.
Distribuição de rendimentos e resultado acumulado
Em janeiro, o VISC11 anunciou uma distribuição de rendimentos de R$ 0,80 por cota, enquanto o resultado gerado no período foi de R$ 1,44 por cota. Mesmo após o pagamento dos proventos, o fundo ainda conta com um montante acumulado não distribuído de R$ 0,98 por cota, que poderá ser utilizado para futuras distribuições. Esse saldo representa uma importante reserva estratégica para manter a consistência dos rendimentos.
A estimativa para as distribuições até janeiro de 2025 é de valores entre R$ 0,80 e R$ 0,85 por cota. Vale ressaltar que essa projeção não deve ser interpretada como uma garantia de rentabilidade futura.
Crescimento do NOI e indicadores de desempenho
O NOI (Net Operating Income) do fundo teve um crescimento expressivo de 15% na comparação entre dezembro de 2024 e o mesmo mês de 2023. Além disso, outros indicadores de desempenho reforçam a solidez do portfólio:
- Vendas/m²: crescimento de 7,9% em relação ao mesmo período do ano anterior.
- Vendas das mesmas lojas (SSS): alta de 5,2%.
- Aluguel das mesmas lojas (SSR): aumento de 3,1%.
- Taxa de ocupação: atingiu 94,6%, o maior nível desde fevereiro de 2020.
- Inadimplência líquida: -1,8%, uma redução de 3,7 pontos percentuais em relação ao ano anterior.
- Descontos concedidos: 1,4%, mantendo-se em um patamar saudável.
Esses números demonstram um desempenho operacional consistente, com crescimento no faturamento dos lojistas e estabilidade nos recebíveis do fundo.
Impacto das vendas de ativos
Em janeiro, o VISC11 recebeu R$ 31,1 milhões referentes à última parcela das vendas parciais dos shoppings Villa Romana e Ribeirão Shopping. Esse valor gerou um resultado não recorrente de R$ 0,25 por cota.
Já para fevereiro, está prevista a entrada de R$ 25,3 milhões da última parcela da venda do Iguatemi Bosque. Esse montante deverá gerar um ganho de capital estimado em aproximadamente R$ 0,32 por cota, fortalecendo ainda mais a posição financeira do fundo.
Estrutura financeira e liquidez
O VISC11 encerrou dezembro com um total de 347.417 cotistas, reforçando seu status como um dos fundos imobiliários mais populares do mercado. Seu valor de mercado é de aproximadamente R$ 2,8 bilhões, enquanto o patrimônio líquido do fundo ao final de janeiro somava R$ 3,6 bilhões. O volume médio diário de negociação das cotas na B3 foi de R$ 9,9 milhões, o que equivale a um giro de 6% das cotas do fundo no período.
As participações do VISC11 em shoppings totalizam R$ 3,8 bilhões, enquanto suas aplicações financeiras somam R$ 315,2 milhões, dos quais R$ 310,6 milhões estão alocados em títulos públicos e fundos referenciados DI com liquidez imediata. Além disso, o fundo mantém R$ 4,7 milhões em cotas de outros fundos imobiliários.
Contudo, o fundo também possui obrigações futuras decorrentes de aquisições prévias, totalizando R$ 563 milhões, já considerando previsões de pagamento de earnout. Quando se leva em conta as aplicações financeiras e o recebimento da última parcela das vendas de ativos de 2023 (R$ 25 milhões), as obrigações líquidas do fundo ficam em R$ 222,7 milhões.
Earnout do Praia da Costa
Outro ponto relevante do relatório foi a apuração do earnout referente à aquisição do shopping Praia da Costa, no valor de R$ 27,6 milhões, que será pago em fevereiro de 2025. Esse pagamento está alinhado com a estrutura de aquisições do fundo e reforça sua estratégia de crescimento e geração de valor para os cotistas.
Conclusão
O VISC11 segue consolidado como um dos principais fundos imobiliários do segmento de shoppings, apresentando crescimento no NOI, aumento da taxa de ocupação e manutenção de um bom nível de distribuição de rendimentos. O saldo acumulado não distribuído e os ganhos de capital provenientes da venda de ativos oferecem segurança adicional para os cotistas.
Com uma base robusta de investidores, ativos de qualidade e gestão ativa, o fundo se mantém bem posicionado para enfrentar os desafios do mercado e continuar entregando bons resultados.